OPERA
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OPERA é um sistema de RPG genérico e universal, que possibilita a interpretação de todos os tipos imagináveis de personagens, nos mais variados e improváveis cenários.

Sediada em Catanduva, interior noroeste de São Paulo, a Confraria dos Observadores surgiu no final de 1990, quando vários adolescentes catanduvenses passaram a reunir-se periodicamente para jogar RPG; mais especificamente, o Dungeons&Dragons.

Após quase uma centena de sessões de jogo, e muitas campanhas; em julho de 1991, os “observadores” (como eles se auto-intitulam) perceberam uma certa apatia com o sistema D&D, e começaram a buscar novas fontes de regras e ambientações para RPG. Descobriram as grandes livrarias de RPG de São Paulo, e de lá passaram a comprar novos livros, suplementos de D&D e AD&D, e novos sistemas, como o GURPS.

Contudo, a criatividade dos jogadores começou a ultrapassar os limites dos sistemas que eles seguiam, e assim os observadores começaram a enfrentar o seguinte dilema: os sistemas D&D e AD&D eram fáceis e rápidos, mas apresentavam pouco realismo, e tinham muitas outras limitações, principalmente de cenário; já o GURPS, com suas infindáveis regras, tabelas e cálculos, era altamente realista, universal (permitindo cenários desde ‘homens da caverna’ até ‘jornadas estelares’), mas era matematicamente enfadonho, demorado e complicado.

Assim sendo, qual seria o melhor sistema para se extravasar todas as campanhas e cenários mirabolantes que os observadores propunham: o rápido e simples e limitado ou o complicado, realista e universal?

Tentando contornar este dilema, Leonardo A. Andrade e Rogério M. Godoy, decidiram implementar adaptações em seus sistemas favoritos, GURPS e D&D respectivamente. Leonardo começou propor simplificações para as regras cientificomatemáticas do GURPS, e agilizar seu modo de combate, enquanto Rogério criou as “Regras Dizterianas” que adaptava facilmente niveis altos, armas e combates do D&D.
Entretanto, as regras Dizterianas eram simples, mas não eram muito realistas e não permitiam grande universalidade, e as simplificações do Leonardo não eram o suficiente para agilizar e tornaro GURPS mais atraente...

Ao participarem do 1º Encontro Internacional de RPG, na marquise do Ibirapuera em São Paulo, em junho de 1992, eles perceberam o quanto confusas suas adaptações ficaram, e preferiram retornar ao modo convencional de seus sistemas.

No começo de 1993, Rogério decide mestrar uma aventura num futuro pós-hecatombe nuclear, e para tanto, abandonou o D&D e começou a criar regras novas, tão simples que cabiam em duas folhas de sulfite. Leonardo aprovou a idéias, propôs algumas mudanças e percebeu o potencial tanto realista quanto simplificado, e universal, deste novo sistema.

Precisavam, porém, de adaptar um contingente considerável de armas, e desenvolver um sistema
de magias consistente (pois havia uma demanda grande de jogadores apreciadores da ambientação medieval-fantasia). Para tanto, em janeiro de 1994, reuniram-se os seis observadores mais versáteis e começaram a desenvolver este sistema. Nascia ai o OPERA.

Após um longo processo, dos seis mestres, somente Leonardo e Rogério continuaram o desenvolvimento do sistema. Apresentaram-no para os outros observadores e para jogadores inveterados de São Carlos, e todos eles receberam bem o sistema, contribuindo com críticas construtivas e adotando-o como “sistema oficial” a partir de 1995.

Com este novo estímulo, o trabalho de criação e adaptação continuou acelerado, e após vários meses de desenvolvimento, eles conseguiram apresentar, no primeiro semestre de 1996, um sistema de RPG completo, com todas as regras cabíveis para um sistema genérico e universal.
Registraram-no na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, e logo em seguida implataram sua página de divulgação na internet, dentro do site oficial da Confraria dos Observadores.

Os aperfeiçoamentos continuaram, junto com novas adaptações, e o grupo de colaboradores crescia mês a mês. Em 1998, o OPERA passa a ter seu próprio website e os observadores passam a disponibilizar o conteúdo do sistema gratuitamente.

Como forma de marketing, os observadores atraem novos jogadores com adaptações de regras dos principais sistemas jogados por brasileiros (AD&D, GURPS e ‘Só Aventuras’) para o sistema do OPERA. Para completar o profissionalismo do sistema, suplementos e ambientações originais e adaptadas são desenvolvidas por colaboradores e pelos próprios autores do sistema .
Estes suplementos são:
- Originais - “Conspiração do Amanhecer”, Vikings” e “Hot Shot”.
- Adaptados - “Babylon 5” , “Gotham City” ,“Residente Evil”, “Guerra nas Estrelas”, “Vampiro: A Máscara” e “M.I.B”.

Desde então a Confraria dos Observadores tentava publicar o OPERA, e após muitas negligências (a DEVIR testou o sistema mas não dava uma resposta definitiva, a Editora Trama sequer respondeu), cancelamentos (a editora GSA se interessou pelo sistema, mas faliu antes de poder fechar contrato de publicação) e negativas (as editoras Akritó e Daemon não estavam interessadas em publicar um sistema genérico), eles decidiram publicar sozinhos, utilizando gráficas não especializadas.

Como publicar o OPERA completo (com 140 páginas, sem as ilustrações ), mesmo em baixa tiragem, ficaria muito caro para a Confraria, eles decidiram testar a aceitabilidade do sistema desconsiderando os números de downloads da versão shareware, que é gratuita) comercializando um resumo das regras, entitulado “Resumo do OPERA”, de 40 páginas, 14 ilustrações de Ivã Lucino Camargo em P&B, ao preço unitário de R$ 5,00, que poderia ser adquirido por pedido via internet, ou na estande da Confraria dos Observadores, nos vários ‘Encontros de RPG’ regionais, onde eram vendidos até disquetes com as regras do OPERA.

Depois,lançaram também o primeiro suplemento original, “OPERA : O Mais Longo dos Dias”, suplemento de guerra, ambientado no famoso desembarque das tropas aliadas na Normandia, com 96 páginas, ilustrações de Ivã Lucino Camargo e fotos históricas pesquisadas na Internet (o livro inteiro foi produzido em 3 semanas), com uma tiragem inicial de 50 exemplares, esgotada durante o 8º Encontro Internacional de RPG de São Paulo.

Depois de conseguir reconhecimento nacional, inclusive com publicação de matéria sobre o OPERA na revista de RPG “Dragão Brasil”, a Editora Devir fecha contrato para a publicação do OPERA.
Porém, por motivos desconhecidos, a Devir engaveta o OPERA, proibindo seus autores por contrato de procurar outra editora.

Em 2003, os autores foram contatados pela Comic Store, uma importadora de RPGs e Card Games em Campinas que estava começando a investir na publicação de RPGs nacionais.

Após uma manobra jurídica, o OPERA foi desvinculado da Devir e um novo contrato foi fechado com a Comic Store, permitindo a publicação do “OPERA RPG” em 2004.

Esse pode ser considerado um marco no cenário nacional de RPG, pois além do OPERA ser o primeiro sistema de regras genéricas nacional a ser publicado, este é o primeiro livro de RPG que ensina aos jogadores como desenvolver suas próprias adaptações. Isso só é possível por causa da estrutura extremamente simples e lógica de suas regras, que absorve facilmente qualquer idéia que os jogadores queiram implementar baseados em quaisquer idéias que tiverem.

Infelizmente, por problemas no departamento de importação da Comic Store, a editora é obrigada a fechar as suas portas em 2005.

Apesar do rumo natural de produtos que tem sua produção descontinuada, os jogadores de OPERA continuaram se espalhando.

O motivo disto é a empolgação de todos os jogadores de OPERA em criar novidades utilizando as regras do OPERA e divulgar suas criações por vários canais da internet.

O site do OPERA ( www.rpgopera.tk) continua com atualizações, e o OPERA conta ainda com a presença não só dos seus autores, mas também de vários “Observadores” experientes em fóruns, lista de discussão e sites sobre o OPERA, dando dicas e suporte para todos.

E segundo os autores, as novidades OPERA estão longe de acabar.